sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Qual é o nome de Deus?





Esta questão esteve presente desde a criação do cosmo e é atualizada sempre que nasce uma criança. Qual é o nome da criança? Diante do milagre da criação, a palavra é invocada. A palavra que nomeia tem o poder de invocar a presença do criador e da criatura. Ela apresenta o semblante de Deus.

Em face do poder e da manifestação da infinita onipresença do semblante suplicado, um povo se proclamou eleito e, nesta condição, anunciou que o nome de Deus é impronunciável. E, desde então, os eleitos se proíbem de representar o criador, professando a fé na obediência à palavra relevada aos profetas. Entre o Criador e a criatura um abismo, um aberto eterno.

Outro povo preferiu representar o criador mediante as infinitas faces das criaturas. E assim, surgiu um olímpico de deuses enrolados em tramas humanos, demasiadamente humanos. Desses deuses um é reverenciado por todos os povos, de forma aberta ou oculta, e possui a face de uma mulher: Sofia é o nome da deusa da sabedoria ou ela nomeia a própria sabedoria, buscada por todos os humanos como porta para ascender à divindade.

Impossível nomear as formas como o criador se manifesta à criatura, pois ele o faz em conformidade com o grau de consciência de cada um. O mais que posso revelar é que Deus é, para muitos, aquilo que transcende a matéria. Enquanto que, para outros, é a imanência em tudo que tem vida. O que anima é a presença de Deus, o sopro original do Criador. Entre os extremos ortogonais existe o encontro na cruz.
De repente, uma voz que clama no deserto e purifica com água anunciou que aquele que purifica com o fogo está entre nós. Uma estrela solitária apontou o local para três adoradores que vinham de terras distantes. Neste instante, uma mulher sorriu aliviada, seu companheiro amparou o ser que emergia do paraíso, e a face de Deus foi reconhecida na criança recém-nascida.

Desde então, todos os anos, na noite mais longa dos dias em que a terra faz um giro total em torno do sol, é comemorada o reconhecimento de que a face Deus está na relação amorosa de José e Maria. Assim, está entre você e eu, bem-amados. Nesta noite todos cantam o nome de Deus, que a mãe nos revelou.

Melquisedec, Vale do Mirante, aos doze dias de dezembro do ano 2012 da revelação do nome de Deus.
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São os votos da Loja Navegantes do Oriente aos seus obreiros e familiares.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Seesão de Banquete

Com alegria e muita satisfação, a A.'. e R.'. L.'. S.'. Navegantes de Oriente N°35, realizou neste domingo, 01 de Dezembro, na sede do GOPB, uma magnifica sessão de Banquete, que contou com a presença de seus obreiros e visitantes.



Atrio com os iir.'. a espera da entrada em loja

Com uma ritualística magnifica e seguida ao texto, tivemos uma maravilhosa manhã de domingo em família, aliada ao sentimento de confraternização tudo estava maravilhoso.




Regada a muito FOGO, agradecemos a todos os participantes e aos que nos bastidores fizeram desta, que tornou-se a melhor realizada por nossa loja.


sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"QUAL O COMPROMISSO COM A SUA LOJA?

Recebi de um Amigo e Irmão, e estou repassando para as nossas reflexões intimas.




VALE AQUI UMA REFLEXÃO: A semana tem 7 dias x 24 horas = 168 horas. Se formos colocar entre se preparar para ir a Loja e o término da sessão e chegar em casa temos aproximadamente assim: Das 18:30 horas às 23:30 horas = 5 horas. Se dividirmos 500/168 = 2,97% DO SEU TEMPO PARA A LOJA. Na realidade temos quase 3% de dedicação à Loja e faltamos. Porque todos os nossos afazeres, problemas, interesses pessoais, etc. etc. etc, se resumem nos 3%? Justifique. A maçonaria em seu Regimento é clara. Antes de entrar para a ordem fazemos as perguntas:


1. Você dispõe de tempo para participar das reuniões? E nós respondemos sim.


2. Você dispõe de renda para cumprir com as obrigações pecuniárias sem afetar as despesas de tua família? E nos respondemos sim.


3. No dia da iniciação você é indagado na Câmara de Reflexões: Tens a chance de desistir, para aqui mesmo, você decide. E nós não paramos.


4. Durante a sessão de Iniciação, somos indagados várias vezes se queremos continuar. E nós respondemos sim.


5. Vamos ao Altar fazer nosso juramento de participar e cumprir com a nossa obrigação perante a Deus e perante aos nossos irmãos. E nós respondemos sim. Engraçado, até aqui temos tempo para tudo não é? Depois de tudo isso, o Regulamento ainda diz o seguinte:


6. O Maçom se considera frequente com 50% de presença. Já não é mais 100%.


7. O Maçom pode atrasar mensalidade até 3 meses que é considerado regular. Mesmo assim com essa moleza ainda não damos a devida atenção a isso. Além disso, se o irmão passar por dificuldades deve ele informar a Loja ou a seu padrinho ou o próprio Venerável ou ao irmão Hospitaleiro que tudo será colocado em reunião, avaliado e se justo podemos ajudar o irmão durante o processo de situação difícil pelo que ele esta passando. Fizemos e fazemos muito disso e não vou colocar aqui os N exemplos senão fica extenso.


O QUE CABE A NÓS MAÇONS?


Cabe ao irmão criar forças para mudar, se elevar materialmente, fisicamente e psiquicamente para continuar a colaborar com a Loja e se outro irmão tiver problemas, assim procederemos desde que ele mereça e esteja também buscando, lutando para melhorar e progredir. Em tudo na vida há que se ter o esforço, sempre damos um jeitinho é só querermos. Mas os problemas são motivos para quebrar nossa força de vontade. Justificamos, justificamos, justificamos mas não explicamos.


SABE O QUE ACONTECE NA MAIORIA DOS CASOS?


1. Irmãos passam por problemas e não contam nada a ninguém e depois diz que a Loja, a maçonaria não ajuda.


2. O que é que eu vou fazer lá se não muda nada. E ele não sabe que quem tem de mudar é ele.


3. Irmãos usam de justificativas infundadas para não comparecer.


4. Irmão se aborrecem com irmão ou com o andamento das sessões e ao invés de conversar, de procurar levar o seu pensamento para ser avaliado por todos, em vez de colaborar, procura argumentos para se manter sempre na defesa, faz grupinhos, boicota e atrapalha o andamento dos trabalhos.


5. Critica para destruir ao invés de usar a crítica para melhorias. Dá um péssimo exemplo de conduta e contamina a grande maioria que sonha, vislumbra e quer aprender.


6. O irmão se afasta e da uma de coitadinho e por aí vai.


Meu irmão, devemos procurar o exemplo dos bons e eles estão aí espalhados por uma infinidade de Lojas, quer ver alguns exemplos?


1. Irmão que mesmo no seu dia de aniversário comparece a sessão e não arrumou problemas com a esposa e filhos, pelo contrário, eles o amam. Irmãos que chegam a ter 100% de frequência. Irmãos com temperamento forte, discutem mas nunca perde a linha nem se afasta da Loja, pelo contrário esta sempre ajudando.


2. Irmãos que passam por momentos difíceis mas tão difíceis que pode até abandonar o barco que é justificável mas luta contra o mal que lhe afeta.


3. Irmãos que trabalham duramente cada dia da semana, fazem cursos, frequentam palestras, viajam e muitas vezes não da nem tempo te tomar um banho em casa porque vai direto para a Loja e nem discutem isso.


4. Irmãos com filhos pequenos que ainda estão criando anti-corpos e muitas vezes sofrem as doenças normais da infância e ele consegue ajustar isso.


5. Irmãos que mesmo acometido de derrame cerebral. Ajudam e não arredam o pé.


6. Irmãos estudiosos que são profundos conhecedores da matéria apresentam trabalhos para elevar o conhecimento de mais irmãos, são professores em Escolas Universidades e conseguem se ajeitar nos horários de aula para poderem frequentar a Loja.


7. Irmãos que não tem muita facilidade de comandar mas os outros irmãos o apoiam e ele consegue triunfar e aprender a lidar com a administração da Loja e nunca nega em ser solícito.


8. Irmãos que passam por doenças, acidentes, dificuldade financeira e conseguem dar a volta por cima, pagam as dividas tanto para a Loja quanto para os irmãos que lhe ajudaram e jamais deixam de participar e cumprir com as obrigações em Loja, independente de quem eram os comandantes. Se for ficar aqui colocando os exemplos de passagens pela maçonaria você vai ficar o dia inteiro lendo pois temos N exemplos de conduta e de comportamento que fazemos questão de que sejam os nossos espelhos. A falta somente se justifica na ausência de vida mas mesmo assim acredito no pós vida que sei que eles estão presentes nas sessões. Claro que sei também que muitas vezes necessitamos da falta e os motivos são justificados, claro que isto acontece mas mesmo assim não podemos deixar de perder o foco senão vai acostumando e quando menos percebemos estamos saindo pela tangente. Portanto meu irmão tudo vai de acordo com o nosso pensamento. O HOMEM DEPENDE DO SEU PENSAMENTO, se ele quer ele da um jeitinho e a coisa acontece. Mas se der mole, se afrouxar, aí é que o desânimo bate e ele foge. Desculpa meus irmãos se fui duro mas não posso deixar de achar outra forma de pensamento que não seja essa. Você pode me dar N razões mas se você quer, você da um jeitinho, é só querer."
 
                                                                         Autor desconhecido!

domingo, 13 de outubro de 2013

III Encontro semestral de Maçons do GOPB

Acontecerá nos dias 19 e 20 de Outubro do corrente ano, no palacete Maçônico do grande Oriente da Paraíba, o 3° encontro semestral de maçons do GOPB.
Evento de importância impar para estudo maçonico.

NÃO FIQUE FORA DESTE BANQUETE DE CONHECIMENTO...



Visita de membros da AMEP a nossa loja

Membros da AMEP, acompanhados por seu presidente Sebastião, visitaram a loja Navegantes de Oriente no dia 29/09.



Agradecemos a visita e esperamos o retorno, as portas estarão sempre abertas.
Mas uma demonstração de redução dos espaço entre os nós da corda.

Dia das Crianças em creches de Conde-PB

A loja maçônica em mais um evento filantrópico, oferece neste dia 11 de Outubro do corrente ano, nas creches Jeranil Lundgren em Jacumã e Vó Lurdinha em Ademário Régis, no município de Conde-PB, uma maravilhosa festinha de comemoração ao DIA DAS CRIANÇAS, com direito a muitos sorrisos, lanche e brinquedos para a meninada.


























Com disposição, sorrisos e um sentimento de felicidade e sensação de dever cumprido, participaram da festividade os ir.'. Gilvam Nobrega, Robsom Coelho e Ádan Cajú juntamente com as cunhadas Tânia Gomes, Jasmina Fhara e Silvana Cajú, além da sobrinhas Aline,Vita, Jaiza e Manú. Que serviram os lanches, distribuíram os brinquedos e se divertiram junto com as crianças.

A loja Maçônica Navegantes do Oriente e as crianças beneficiadas com esse momento agradecem aos que de alguma forma se desprenderam de algo para proporcionar esse belo momento.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

COMPORTAMENTO ANTI-MAÇÔNICO

Saudações GOPBenses,
“O homem ingressa na maçonaria para, em seu seio, aprender a ser justo, solidário e assim trabalhar para tornar feliz a humanidade”. (Antonio do Carmo Ferreira)
O que é um Maçom? Podemos dizer que é um cidadão integro iniciado na Maçonaria.
Ao ser recepcionado em uma Loja justa e perfeita o homem se compromete a observar alguns deveres, como por exemplo: defender e assegurar a plena liberdade de expressão e de pensamento como direito fundamental do ser humano, exigida a correlata responsabilidade e considerar Irmão todos os Maçons, independentemente de  suas raças, nacionalidade ou crença.  
Volto a questionar: cumprindo estes dois encargos faz do admitido  um verdadeiro Obreiro da Arte Real? Na minha humilde opinião não!
Nas Constituição das Obediências brasileiras temos que é atribuição de todo iniciado nos majestosos enigmas da Maçonaria prestigiar os trabalhos de sua Loja e órgãos, ou seja, entidades que compõem a administração maçônica que estiver subordinado.
Prestigiar significa dar importância a algo. O Maçom, pela sua qualidade, deve  demonstrar sua importância pela Ordem, ou seja, pelos seus membros,  pela Obediência e Loja de sua alçada.
Paradoxalmente, ao cumprir seus deveres, deve exigir que seus direitos sejam observados.
A Maçonaria brasileira é dividida, com prevalência da vaidade sobre a sobriedade, faltando a alguns Irmãos tolerância, ética, comedimento, parcimônia, reserva e moderação no trato da coisa maçônica. As cisões maçônicas foram originárias da intransigência.
O Brasil, salvo melhor juízo, é a Nação com mais cizânia no mundo maçônico. O Irmão Gabriel Campos de Oliveira, em trabalho amplamente divulgado no nosso meio, elencou mais de trinta  movimentos dissidentes a maioria motivados  pela falta de comprometimento de algumas lideranças.
Venho observando em vários encontros promovidos no âmbito maçônico  o quorum é baixo. Para ser honesto conheço Irmãos que nunca comparecem a qualquer evento chancelado pela Obediência ou por algumas de suas filiadas.
Testemunho, com pesar, que ao desprestigiar a nossa associação alguns Irmãos praticam uma ação chamada boicote, ou seja, não comparecem propositadamente as ações, atos ou manifestações perpetradas por representantes legítimos do povo maçônico.
Devemos ter em mente que a instituição Maçonaria é quem perde com estas atitudes mesquinhas. Os homens passam e as instituições permanecem fortes ou enfraquecidas, dependendo do cuidado que seus  associados lhes dispensam. 
Para que um Irmão exerça com plenitude sua cidadania maçônica não deve somente observar seus direitos. Suas obrigações também devem ser praticadas, estando neste contexto sua participação, salvo motivo superior, nas atividades administrativas, culturais, filantrópicas e sociais de sua jurisdição.   
Se, eventualmente, um Companheiro tiver alguma queixa de um determinado Obreiro ou de algum dirigente, esta circunstância não deve influenciar na  sua participação nos movimentos maçônicos, afinal a Instituição está acima de qualquer querela.
Nas Potências, sejam simbólicas ou filosóficas, existem fóruns apropriados para dirimir eventuais  arguições. Portanto, não é necessário realizar bloqueios dentro da Ordem, basta utilizar sua condição de cidadão maçônico.  No inciso  XX do artigo 5º da  nossa Carta Magna está determinado que: “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado.”
A nossa secular Instituição pugna pelo aperfeiçoamento intelectual e moral da humanidade, por meio do cumprimento inflexível do dever e da prática desinteressada da beneficência e da investigação constante da verdade.
Lamentavelmente, presencio adeptos que resistem em seguir a máxima contida no parágrafo acima, distorcendo ou deformando manifestações promovidas por abnegados Maçons.
O Irmão que não aceita opiniões antagônicas e adota o posicionamento aqui mencionado deve rever sua postura, devendo se conscientizar que somos obrigados a enaltecer a virtude e evitar o mal, priorizando o “nós”, ou seja, os interesses da Irmandade os quais nos comprometemos a segui-los e  defende-los. 
Os recepcionados na Franco-maçonaria devem ter ciência que qualquer forma de sectarismo é incompatível com a universalidade do espírito maçônico.
Será que alguns iniciados, ao agirem de maneira tacanha,  acreditam que estão ajudando a Ordem a cumprir sua missão institucional?
Ser Maçom é proceder  nos diversos campos de atuação humana de maneira altruística, ética e fraterna.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

FATOS MAÇÔNICOS PARA O DIA 07 DE SETEMBRO:

FATOS MAÇÔNICOS PARA O DIA 07 DE SETEMBRO:

1822 – "Não há mais quem possa negar, à Maçonaria teve um papel preponderante na emancipação política do Brasil. Realmente, desde 1815, com a fundação da Loja "Comércio e Artes", a idéia da independência começou a agitar os espíritos brasileiros".

A verdade é que os grandes próceres de nossa Independência eram maçons, tendo sido o próprio Dom Pedro I Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil.

A Maçonaria contribuiu, assim, decisivamente, para que o Brasil ficasse livre dos grilhões que o prendiam a Portugal.

FONTE: GRANDE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
GOU - GRANDE ORIENTE UNIVERSAL

CULTURA MAÇÔNICA

A INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
A influência decisiva da Maçonaria na Independência do Brasil é um assunto pouco comentado fora dos círculos maçônicos e, apesar da ampla documentação existente a este respeito, é difícil encontrar entre os leigos aqueles que conhecem um mínimo sobre este assunto.

Certamente a Independência foi o produto dos esforços de diversos setores da sociedade que viria a ser a brasileira, mas muitos dos protagonistas deste evento eram maçons ilustres. Entre estes destacados articuladores da Independência, José Bonifácio de Andrada de Silva, Ministro do Reino, é sem dúvida uma figura de grande importância.

O Patriarca da Independência - como ficou conhecido – foi responsável por diversos fatos determinantes. Foi o primeiro Grão Mestre do Grande Oriente, fundada no início de 1822 no Rio de Janeiro, e que reunia as lojas então existentes.

Meses mais tarde, em julho do mesmo ano, influencia diretamente a iniciação do próprio Dom Pedro na maçonaria, e sua imediata elevação ao grau de Mestre Maçom.

No mês seguinte outra figura proeminente, Joaquim Gonçalves Ledo, entra decisivamente em cena. Durante viagem do Grão Mestre José Bonifácio, o Grande Primeiro Vigilante Ledo assume uma reunião extraordinária do Grande Oriente.

Era Ledo quem verdadeiramente refletia o sentimento popular em relação ao tema, assume uma reunião e nesta reunião ele promoveu um discurso enérgico a favor da Independência, colocando imediatamente em votação a proposta, que foi aprovada.

Joaquim Ledo vinha sendo o mais enérgico incentivador da Independência no meio maçônico.

Por diversas vezes encaminhou manifestos e exortações a Dom Pedro, ressaltando os pontos positivos da conquista da soberania brasileira. Tanto é assim que o dia 20 de agosto, data da reunião que exigia a Independência, é celebrado como o dia do maçom brasileiro.

A cópia da ata desta reunião memorável seguiu às mãos de Dom Pedro, quem leu seu conteúdo às margens do Ipiranga naquela tarde de 7 de setembro de 1822 e, diretamente influenciado por ela, pela inteligência de José Bonifácio e pelo entusiasmo de Joaquim Ledo, proclamou a Independência do Brasil.

Fonte: Sociedade Gnóstica Internacional

CURIOSIDADES

07 DE SETEMBRO - DETALHES DO PROCESSO QUE POUCOS SABEM:
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.

Vocês sabiam disso?
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte a D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.

FONTE: GRANDE SECRETARIA DE EDUCAÇÃO E CULTURA
GOU - GRANDE ORIENTE UNIVERSAL

COMEMORAÇÕES NACIONAIS E MUNDIAIS EM 07 DE SETEMBRO

DIA DA PÁTRIA
Foi no dia sete de setembro de 1822, às margens do riacho do Ipiranga, que o Imperador Dom Pedro I proclamou a Independência do Brasil formalizando a separação com Portugal.

Depois de muitos conflitos, e passados mais de dois anos, Portugal finalmente reconheceu a independência brasileira, com o Tratado de Paz e Aliança assinado entre os dois países. O Hino da Independência foi escrito por Evaristo Ferreira da Veiga e musicado pelo próprio D. Pedro I. O Hino Nacional Brasileiro, de letra do poeta e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada, foi oficializado durante o primeiro centenário da Proclamação da Independência, em 1922.

A Bandeira do Brasil, o Hino, o Brasão de Armas e o Selo Nacional são as mais legítimas manifestações simbólicas da União. Mas a comemoração deste dia é uma oportunidade de repensar conceitos, com vistas ao despertar de uma consciência verdadeiramente patriótica, e não apenas simbólica. Tempo de repensar os rumos da Nação e o papel a ser desempenhado por um povo consciente da realidade global.
Fonte: proweb.procempa

DIA DO GRITO DOS EXCLUÍDOS
Tem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada pode ser modificado até que seja enfrentado.

Em todo o país vão sobrar comemorações ao dia da Pátria. Haverá várias manifestações de civilidade e brasilidade. Creio, no entanto, desta vez, que o histórico grito do Ipiranga será abafado pelo grito, ainda tardio, dos excluídos. Nada mais lídimo por uma democrata justiça social. Precisamos sim de um grande grito de mudanças. Mas um movimento sem coloração partidária e sem mascarados. Um movimento de caras limpas. De gente que faz o Brasil.

São os trabalhadores, estudantes, empresários, comerciantes, aposentados. Esta gente honesta que paga seus impostos em dia. Que não foge do trabalho duro e empreendedor. Que acorda de madrugada para chegar a tempo no serviço. Que estuda à noite. Que faz hora extra. Batalha dia a dia. Paga suas contas em dia. Dá exemplo de dedicação e amor ao próximo. Esta gente honesta e dedicada. Trabalha a vida inteira.

Todavia, sempre silentes em seu direito. Houvesse justiça social nenhum deles morreria de fome, ignorante, com falta de transporte, sem teto ou de tantas doenças curáveis. Teria um sistema previdenciário único, afinal, que se cumpra: somos todos iguais perante a Lei, como reza nossa Carta Magna.

Há de despertá-los para este movimento. Uma voz forte por uma justiça social distributiva e comutativa, onde se possa reconhecer a confiança por merecer e manter a nossa dignidade. Alimentar a força para enfrentar as duras realidades da vida atual. Um movimento que crie mecanismos de punição ao homem público que transgride. Como acreditar que este grito pode dar certo?

Por certo, é a evidência de sinais de mudança. A insatisfação popular pelos recentes acontecimentos nas ruas fala por si só. O povo parece ter despertado diante das apurações que se esvanecem ante os compromissos que maculam nossos representantes nos três poderes da República. Pede-se uma reforma política. Mas que seja uma reforma, que não seja escorada em regimentos internos viciados, que sepultam o debate e os pontos de vista. Reclama-se muito da falta de comprovação da idoneidade de nossos representantes.

Que seja feita uma profunda restrição às suas imunidades. Que se cobre a obrigatoriedade de abertura do sigilo fiscal e bancário. Que se faça introdução de pesadas agravantes na legislação penal, cível e tributária para crimes cometidos na função pública. Que se exija a obrigatoriedade de comprovação de capacitação e experiência dos aspirantes a cargos de direção em entidades da administração direta e indireta. A ilibada reputação e o notório saber. A retidão de princípios e a clareza de objetivos.

Estas longevas propostas caducam nas gavetas emperradas dos alheios de nossa realidade. Contudo, nós, continuamos espectadores. Calados, no silêncio de nossas insatisfações. Como eliminar estas nossas descrenças? Talvez, com o clamor nas ruas. È um início pequeno para a grande mudança que se propõe. Mas sempre será um início. Um início para as transformações. Não podemos ficar impassíveis. Precisamos resgatar pelo menos, de novo, a esperança. Que venha o grito dos excluídos. Há de se salvar a Independência do Brasil.
Fonte: Rede Bom Dia

Dia da Mais Bela Esportista Rural
Comemoração móvel da Cidade brasileira de São José do Rio Pardo-SP, conforme Lei estadual Nº 6.608 de 20 de dezembro de 1989 do Estado brasileiro de São Paulo: 1º sábado de setembro..

Dia da Igreja Evangélica Avivamento Bíblico
Comemorado no Estado brasileiro de São Paulo, conforme Lei Nº 14.500 de 21de julho de 2011, para marcar a data do surgimento da Igreja Evangélica Avivamento Bíblico, que foi criada em 7 de setembro de 1946 aos fundos da Faculdade de Teologia da IMB [Igreja Metodista do Brasil] de Rudge Ramos na cidade brasileira de São Bernardo do Campo-SP por um grupo de metodistas das igrejas dos bairros do Tucuruvi e Vila Mazzei da cidade brasileira de São Paulo-SP, juntamente com os então seminaristas brasileiros, Mário Roberto Lindstron, Oswaldo Fuentes e Alídio Flora Agostinho, que então acreditavam na visão pentecostal do Batismo no Espírito Santo, cuja ideologia religiosa naquele momento não era endoçada oficialmente pela direção da IMB.

Dia da Independência
Comemorado no Brasil [República Federativa do Brasil], conforme Lei Nº 5.571 de 28 de novembro de 1969, para marcar a data do "Grito do Ipiranga" de "Independência ou Morte" ante o jugo de Portugal, que teria sido proferido em 7 de setembro de 1822 pelo nobre luso-brasileiro, Dom Pedro I, às margens do rio ou riacho Ipiranga da cidade brasileira de São Paulo-SP diante de sua comitiva, muito embora aspectos dessa versão tenham sido contestados por alguns historiadores em nossos dias e a moderna historiografia em história do Brasil remeta o início do processo da independência brasileira para a transferência da corte portuguesa para Terras Brasilis, que se deu a partir de 1808 no contexto da Guerra Peninsular com a invasão da França Napoleônica contra Portugal.

Dia da Música Brasileira ou "Brazil Music Day"
Comemorado na cidade norte-americana de Nova York e instituído numa parceria com a Universidade de Columbia pela ONG [Organização Não-Governamental] estadunidense, Arc [Arquivo de Música Contemporâneaou "Archive of Contemporary Music"], um centro de pesquisa e documentação que reúne em sua sede da localidade norte-americana de Manhattan, uma das maiores coleções de música pop dos Estados Unidos da América, com mais de dois milhões de gravações em vinil, CD e até fitas cassete, sem contar livros, revistas, vídeos, filmes e fotos.

Dia da Primeira Igreja Batista em Inhaúma
Comemorado na cidade brasileira do Rio de Janeiro-RJ, conforme Lei Nº 5.146 de 7 de janeiro de 2010e Lei Nº 4.404 de 19 de setembro de 2006, para marcar a data da fundação da 1ª Igreja Batista que foi criada na Rua Castro Lopes, Nº 46-B, do bairro Inhaúma da capital carioca em 7 de setembro de 1933, além de também conscientizar a população sobre as obras de Deus, reconhecendo o mérito e o esforço dos dirigentes e membros dessa Igreja que aglutina quase dois mil fiéis em seus 26 mil metros quadrados.

Dia do Aniversário do Google
Comemorado para marcar a data da fundação da Google Inc, que foi criada em 7 de setembro de 1998 pelos empreendedores estadunidenses, Larry Page e Sergey Brin, numa garagem na cidade norte-americana de Menlo Park na Califórnia-EUA.

Dia do "Grito dos Excluídos"
Comemoração do Brasil, que tem sido promovida desde 1995 pela Pastoral Social da CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do Brasil] da Igreja Católica Apostólica Romana, com raizes na 2ª Semana Social Brasileira, ocorrida nos primórdios da década de 1990.

Dia do Início da Semana da Lomba do Pinheiro
Comemorado na cidade brasileira de Porto Alegre-RS, conforme Lei Nº 9.921 de 5 de janeiro de 2006.

Dia do Recuperado Alcoólatra
Comemoração do Estado brasileiro de São Paulo que alguns calendários citam como "Dia do Alcoólatra Recuperado", conforme Lei Nº 6.082 de 27 de abril de 1988.

Dia Estadual Contra a Corrupção e a Impunidade
Comemoração do Estado brasileiro do Paraná, conforme Lei Nº 17.096 de 2012, para uma celebração surgida a partir de passeatas de protestos intituladas "Marchas Contra a Corrupção e a Impunidade", que têm sido realizadas no "Dia da Independência do Brasil", Com o apoio da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], ABI [Associação Brasileira de Imprensa], CNBB [Confederação Nacional dos Bispos do Brasil], entre outras entidades representativas da comunidade brasileira.
Fonte: DiasDe.

Frase do Dia: “De agora em diante, estão quebradas as nossas relações. Nada mais quero do Governo Português, e proclamo o Brasil, para sempre separado de Portugal”.

Frase PROCLAMADA que selou a separação política entre, o Brasil e Portugal.

ELABORAÇÃO & PUBLICAÇÃO: SÉRGIO RIMMÔN

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Vós sois maçom?

Muito já foi escrito como resposta a questão: Vós sois maçom? A começar com a distinção desta questão da outra feita na forma: Tu és maçom? Onde as palavras vós e tu são ocultadas.

Hoje, também, vou dá a minha opinião, o meu acho. Mesmo sabendo do desespero que irei causar naqueles que consideram o livre pensar na maçonaria como algo danoso.  É comum a todos os maçons a afirmação de que o lugar em que nos reunimos, semanalmente, é sagrado. Assim como o fato de que só pode participar dos trabalhos maçônicos, em loja, aquele que é reconhecido como maçom.  O que vale dizer: reconhecido como um homem que pode adentrar no lugar sagrado ao fazer maçônico.

Daí decorre que a palavra ‘sagrado’ é fundamental na formação e na identificação do maçom. Sendo assim, necessário se faz que deixemos claro o que o dicionário da língua portuguesa define como sagrado. “Sagrado é aquilo ao que não se pode faltar; que não se pode deixar de cumprir”. Logo ao sagrado está associado um sacrifício. Portanto, sugiro trocar a questão primeira, que é de ordem subjetiva, por outra de ordem objetiva: Qual o sacrifício exigido de um obreiro para ser reconhecido como maçom?

A lista é grande, a começar pelas condições sem as quais ele não poderia ter sido iniciado: ser livre e de bons costumes. Mas como estas são apenas preliminares, proponho como resposta duas simples obrigações ou sacrifícios: estar em dia com a tesouraria da loja e participar regularmente, com frequência semanal, das sessões da loja a qual o obreiro é filiado.

Parece pouco apresentar estas obrigações como sacrifícios; até mesmo para muitos obreiros, isto em verdade é um prazer. Entretanto, se estas obrigações forem cumpridas pela maioria dos obreiros filiados a uma loja maçônica, esta não terá nenhum problema em alcançar o objetivo pelo qual ela foi fundada.  Entretanto, quando contemplamos às nossas augustas oficinas o que vemos? Abundância de sacrifício ou escassez?

Respondo pela qual sou filiado: no inicio do corrente ano tínhamos no quadro de nossa oficina 75% de obreiros com o rótulo de irregular. O que vale dizer: não compareciam as sessões da loja e nem contribuíam monetariamente. Portanto, foram reconhecidos como obreiros irregulares. O que vale dizer: tendo o direito suspenso de ser reconhecido como maçom aquele obreiro que não oferecia o seu sacrifício à manutenção do sagrado.

Por fim: quando fores indagado se sóis maçom, verifiqueis se estás em dia com os vossos compromissos básicos com a loja, antes de responder que os maçons me reconhecem.

Melquisedec, Vale do Mirante, aos 10 dias do mês de junho do ano 2013 da revelação do nome de Deus.

domingo, 4 de agosto de 2013

II FORRO DOS NAVEGANTES (veja como foi!)

Aconteceu no ultimo 27 de Julho o II FORRO DOS NAVEGANTES no Rancho Olho D'agua, evento realizado pela Loja Maçonica Navegantes do Oriente.

O Forro dos Navegantes contou com a presença de Maçons, cunhadas, familiares e amigos da Loja.

 Dentre as atrações, tivemos forro pe de serra durante toda a festividade!

Como muito arrasta pe, todos divertiram-se, dançando e confraternizando!
Com direito a fogueira para aquecer ainda mais a noite e assar um milhinho!

As cunhadas se revezaram na preparação das comidas tipicas
E para os sortudos da noite
Brindes

Muitos brindes!






  
E o felizardo ganhador do balaio da festa, Luiz Rafael!
 



sábado, 3 de agosto de 2013

A Maçonaria na Paraíba

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO PARAIBANO/IHGP
Fundado em 7 de setembro de 1905
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|15º Tema

A Maçonaria na Paraíba

Expositor: Hélio Nóbrega Zenaide
Debatedor: Edgar Bartolini Filho

A fala do Presidente:

Vamos dar continuidade ao nosso já importante Ciclo de Debates sobre a participação da Paraíba nos 500 anos de Brasil com a programação de hoje abordando A MAÇONARIA NA PARAÍBA.
Componho a mesa com nosso sócio Hélio Zenaide, que será o expositor; com Edgard Bartolini Filho, Grão Mestre da Grande Loja do Estado da Paraíba; Joacil de Britto Pereira, presidente da Academia Paraibana de Letras.
Chamo a atenção dos presentes sobre a organização do programa deste Ciclo de Debates. Primeiro, falamos sobre A IGREJA NA PARAÍBA, depois sobre A INQUISIÇÃO NA PARAÍBA e agora sobre A MAÇONARIA NA PARAÍBA. Há, portanto, um elo de ligação entre essas grandes instituições que comportam episódios transcendentais na nossa História.
Hélio Nóbrega Zenaide foi indicado unanimemente pela Comissão Organizadora do certame para ser o responsável por esse tema. Hélio é bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Recife. Possui vários cursos. Tem um sobre Desenvolvimento do Brasil, que cursou no Instituto Superior de Estudos Brasileiros – ISEB – e nem sei como não foi preso em 64; tem curso sobre Desenvolvimento, feito na SUDENE; freqüentou a ADESG, naqueles cursos que davam garantia de sobrevivência durante a ditadura de 64; foi Secretário de Comunicação e de Educação do Estado, e é um grande jornalista, tendo participado do quadro redacional de todos os jornais da capital, inclusive do JORNAL DE AGÁ,  do qual fui o editor, onde ele mantinha uma seção sob o título de RONDA DOS ARQUIVOS. Hoje é um historiador consagrado, pelos trabalhos que tem editado.
Sendo um maçom da velha guarda, foi convidado para fazer a palestra de hoje.
Passo a palavra do confrade Hélio Nóbrega Zenaide.

Expositor: Hélio Nóbrega Zenaide (Sócio do Instituto Histórico, pesquisador, jornalista):

  INTRODUÇÃO

        
A Maçonaria é uma instituição que procura contribuir para o aperfeiçoamento moral, intelectual, social, cultural e material do homem, buscando cultivar, sob a égide de Deus – o Grande Arquiteto do Universo – a  prática da fraternidade humana universal, sem distinção de raça, cor, nacionalidade, pensamento filosófico, ideal político ou religião.
Ela tem por divisa Liberdade, Igualdade e Fraternidade e por lema Justiça, Verdade e Trabalho.
Prega o amor da pátria e a paz entre todos os povos.
Não é uma instituição política, mas, historicamente, tem contribuído para os grandes ideais políticos da Humanidade.
A história da Maçonaria na Paraíba deve ser uma expressão  de luta pela implantação desses valores no nosso processo evolutivo.
É sua obrigação fazer-se presente com esses valores em todos os campos da atividade humana em nosso Estado, no Poder Executivo, no Poder Legislativo, no Poder Judiciário, na vida intelectual, na vida econômica,  na indústria, na agricultura, no comércio, nos serviços, na vida religiosa, na vida educacional, nas profissões liberais.
Seu objetivo é praticar esses valores na ordem social.
Por tudo isso, a sua bandeira é uma bandeira de esperança de melhores dias para a Grande Família Humana Universal.

1 .  A MAÇONARIA NO BRASIL

Em sua HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA,  Editora Aurora, 1979, assinala Nicola Aslan que a Maçonaria veio para as Américas com a luta contra o colonialismo e os ideais de independência e república, aqui se infiltrando através das chamadas sociedades secretas.
Ele diz textualmente (pg. 35):

“No Brasil, o movimento pela independência teve início no seio das sociedades secretas, que tanto tinham de literárias como de políticas, e das quais algumas podem ser aqui citadas:

      1752 – Associação Literária dos Seletos, no Rio.
      1759 – Academia dos Renascidos, na Bahia.
      1772 – A Científica, no Rio.
      1786 – Academia Ultramontana, no Rio.
      1796 – Areópago de Itambé, em Pernambuco.

Mas, de todas essas sociedades secretas, a que maior importância e celebridade alcançou foi, sem dúvida, esta última. Vários autores ligam o Areópago à Maçonaria, afirmando-se mesmo que ele estava organizado nos moldes das Lojas Maçônicas. O seu fundador, Dr. Manoel de Arruda Câmara, formara-se em Montpellier, na França, cuja universidade, fundada em 1289, celebrizara-se, principalmente, pelo ensino da medicina. E Montpellier foi um importante centro maçônico, onde, por volta de 1778, o famoso beneditino Antônio José Pernety formara o  Rito da Academia dos Verdadeiros Maçons, inteiramente dedicado ao ensino das ciências herméticas.”

Naquela época, nada menos de cinco Lojas Maçônicas estavam localizadas em Montpellier, de onde o paraibano Manoel de Arruda Câmara trouxe os ideais maçônicos  de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, da Revolução Francesa.
Em seu livro O CLERO E A INDEPENDÊNCIA, Dom Duarte Leopoldo, Arcebispo de São Paulo, escreve a respeito:

“Quase na mesma época, florescia em Itambé o Areópago do dr. Manoel de Arruda Câmara, centro de estudos, onde se discutiam as idéias mais avançadas do liberalismo. Chegou-se mesmo a suspeitar que essa sentinela do nativismo brasileiro, perdida entre os sertões de Pernambuco e Paraíba, contava com o apoio de homens poderosos, dentro e fora do país, decididamente protegidos por Napoleão Bonaparte.” ( Conf. Rocha Pombo, HISTÓRIA. DO BRASIL, vol. VII, pg. 340 ).

Gustavo Barroso, em sua HISTÓRIA SECRETA DO BRASIL, escreve:

“Um dos Arruda Câmara, o botânico, médico, formado em Montpellier, partidário exaltado das idéias francesas, fundara o Areópago, sociedade secreta, intencionalmente posto nos limites de Pernambuco e  Paraíba, que doutrinava para a democracia e a revolução maçônica, sementeira de onde brotaram os grandes movimentos revolucionários do Brasil, no século XX. Do Areópago provêm a Academia dos Suassuna, a Academia do Paraíso, a Universidade Secreta, de Vicente Ferreira dos Guimarães, a Oficina de Iguaraçu.”( vol. I, pg. 205 ).

Na REVISTA DO INSTITUTO ARQUEOLÓGICO PERNAMBUCANO, XIX, 1917, pgs. 171-172, num trabalho sobre As Sociedades Secretas de Pernambuco, lê-se a transcrição da seguinte  nota de Oliveira Lima: 

“A primeira loja maçônica fundada em Pernambuco foi o Areópago de Itambé. Foi seu fundador Manuel de Arruda Câmara. Faziam parte desta loja desde 1798 entre outros, o irmão de Arruda Câmara, que era médico, como ele, os três irmãos Francisco, Luís Francisco e José Francisco de Paula Cavalcante de Albuquerque, o padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, discípulo de Arruda Câmara, o capitão André Dias Figueiredo, os padres Antônio e Félix Velho Cardoso, José Pereira Tinoco, Antonio de Albuquerque Montenegro. Em 1801, com a denúncia de conspiração levantada contra os irmãos Cavalcante, o Areópago foi dissolvido.” – LIMA, Manoel de Oliveira, nota nº XXIII. In. TAVARES, Muniz, História da Revolução de  Pernambuco.

Esse Antonio de Albuquerque Montenegro, citado por Oliveira Lima, era filho do meu tetravô Francisco Dias de Melo Montenegro, que era primo do padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, braço direito de Manoel de Arruda Câmara na fundação do Areópago de Itambé.
Meu tetravô morava no Engenho Oratório, na fronteira de Pernambuco e Paraíba, e o  padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro deve ter escolhido  o Engenho Oratório para instalar o Areópago de Itambé porque ali contaria com a hospitalidade de Francisco Dias de Melo Montenegro. Ele e Arruda Câmara se hospedavam realmente naquele engenho. Francisco Dias de Melo Montenegro, teve 12 filhos, um deles, meu bisavô Capitão Antero Francisco de Paula Cavalcante Montenegro, pai do meu avô paterno, senador Apolônio Zenaide Peregrino de Albuquerque. 
Dois filhos dele  eram membros ativos do Areópago de Itambé: Antonio de Albuquerque Montenegro e André.  Quando foi esmagada a Revolução de 1817, e o padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro suicidou-se no Engenho Paulista, para não ser preso e trucidado pelas tropas legais, os filhos de Francisco Dias de Melo Montenegro, com medo da perseguição e de prisão, fugiram do Engenho Oratório. Meu bisavô, Capitão Antero Peregrino de Paula Cavalcante Montenegro, embora nascido  depois da Revolução,  foi morar  em Patos, ali comprando  a fazenda  Cacimba dos Bois, onde nasceu meu avô.
Vários paraibanos maçons freqüentavam o Areópago de Itambé, como registra Irineu Ferreira Pinto,  e, assim, podemos considerá-lo também paraibano. Até gente de Itabaiana e de Pilar ia  para as reuniões do Areópago de Itambé.  Uma dessas pessoas era o padre Antônio Pereira de Albuquerque, do Pilar, que foi preso e condenado à morte. Ele era da família de Francisco Dias de Melo Montenegro e do padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro.  Outra, era o padre Antonio Félix Velho Cardoso, de Itabaiana. Estas  informações estão em Irineu Ferreira Pinto, no seu livro DATAS E NOTAS PARA A HISTÓRIA DA PARAIBA, 1º volume.
Eu chamo a atenção para esses detalhes porque alguns historiadores chegam até a negar a existência do Areópago de Itambé.
O nosso confrade José Octávio de Arruda Mello, por exemplo, inclina-se também por essa opinião na sua HISTÓRIA DA PARAÍBA; ele chega a dizer que o Areópago não deve ter existido porque Manoel Arruda Câmara nunca morou em Itambé. Mas isso não é um argumento que me impressione. André Vidal de Negreiros nunca morou no Morro dos Guararapes, mas se tornou herói do Morro dos Guararapes.
A Maçonaria foi iniciada, assim, em Pernambuco e Paraíba, através do paraibano Manoel de Arruda Câmara e lutando por um ideário político de independência e república.

2 – A MAÇONARIA FOI INICIADA  EM PERNAMBUCO E PARAIBA  ATRAVÉS DO PARAIBANO MANOEL DE ARRUDA CÂMARA E LUTANDO POR UM IDEÁRIO POLÍTICO DE INDEPENDÊNCIA E REPÚBLICA.

Com efeito, a Revolução de 1817, em Pernambuco e na Paraíba, coincidiu com um período de expansão do liberalismo no mundo ocidental. No Brasil, as idéias liberais vinham sendo propagadas desde os fins do século XVIII, notadamente através das sociedades  secretas.
Em Pernambuco, o Areópago de Itambé e várias academias e Lojas Maçônicas foram ponto de reunião para discussão desse ideário político.
A influência da Maçonaria na propaganda revolucionária foi reconhecida e destacada pelo desembargador do Tribunal de Alçada, criado para julgar os presos pronunciados na devassa aberta em 1817. João Osório de Castro Falcão escreveu a Tomás Antonio Vila Nova Portugal, dizendo que as idéias revolucionárias propagadas desde 1801, cresceram e se expandiram através das Lojas Maçônicas
E  o maçom Domingos José Martins, depois da morte de Manoel de Arruda Câmara,  deu novo impulso à conspiração, com o padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, que integrou o  Governo Provisório da Revolução.
Eles lutavam pela independência, contra o sistema colonial e contra o regime monárquico, que desejavam ver substituído por uma forma republicana de governo, como acontecera nos Estados Unidos.
      Sobre o Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro, é importante esta confirmação de uma historiadora pernambucana, citando  Tollenare:

“Padre João Ribeiro Pessoa de Melo Montenegro. Nasceu em Tracunhaém, não longe do Recife. Discípulo de Arruda Câmara, freqüentava o Areópago de Itambé, onde se iniciou nas “novas idéias”. Professor de desenho e segundo Tollenare homem instruído e sem fortuna, filósofo e estudioso de ciências, leitor dos antigos e novos filósofos, aspirava a liberdade por amor e não por ambição.

3. DEPOIS DO AREÓPAGO DE ITAMBÉ

Há notícia de que em 1822 foi fundada na capital paraibana uma Loja Maçônica, a LOJA MAÇÔNICA PELICANO, que teria sido a primeira instalada propriamente na Paraíba. Não temos, entretanto, maiores informações acerca da LOJA MAÇÔNICA PELICANO, organizada, certamente, ao calor do movimento da nossa Independência.
Tudo indica que a  cruel perseguição movida contra os revolucionários de 1817 esfriou,  por algum tempo, a expansão do movimento maçônico  na Paraíba, porque  outras Lojas Maçônicas só vieram a surgir 69 anos depois da fundação do Areópago de Itambé, que se deu em 1796.
Nem mesmo a fundação do GRANDE ORIENTE DO BRASIL, em 17 de junho de 1822, no Rio de Janeiro, às vésperas da Independência, e do ingresso de D. Pedro I em seus quadros, foi capaz de imprimir  maior impulso à Maçonaria na  província.
Embora o  papel da Maçonaria na Independência tivesse sido decisivo e ela saísse  fortalecida  do acontecimento, somente 43 anos depois do Grito do Ipiranga os paraibanos  se animariam a organizar as   primeiras Lojas Maçônicas no seu território.

4. AS PRIMEIRAS LOJAS MAÇÔNICAS NA PARAIBA DEPOIS DA LOJA MAÇÔNICA PELICANO

Temos notícia de que a primeira Loja Maçônica efetivamente instalada na Paraíba depois da Independência, foi fundada em 1865, com o nome de LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO BRASÍLICA.
Ela foi instalada nesta capital, quando a Paraíba era governada pelo presidente Sinval Odorico de Moura e, no mesmo ano, foi fundada ainda a LOJA MAÇÔNICA UNIÃO E BENEFICÊNCIA, na cidade de Mamanguape.
Em 1873 existiu uma  terceira Loja Maçônica – a SEGREDO E LEALDADE – na cidade de Campina Grande.
Essas Lojas Maçônicas surgem numa época em que, na Paraíba, voltavam as idéias republicanas e se esboçava o movimento da abolição da escravatura, movimento que, no Rio de Janeiro, capital do Império, era em grande parte encabeçado pela Maçonaria.
A Lei do Ventre Livre, por exemplo, foi de autoria do Visconde do Rio Branco, Grão Mestre da Maçonaria.
Foi do maçom Joaquim Nabuco a iniciativa da criação da Sociedade Brasileira Contra a Escravidão.
Foi o Ministério Liberal presidido pelo maçom José Antônio Saraiva que conseguiu a aprovação da Lei dos Sexagenários.
Grande defensor da abolição da escravatura, Rui Barbosa era maçom; como era maçom José do Patrocínio.
Por sinal, naquele tempo, o maçom e grande tribuno abolicionista  José do Patrocínio, cognominado o tigre da abolição, veio à Paraíba, em campanha pela abolição, sendo aqui festivamente  recepcionado pela Maçonaria e pelos adeptos em geral  da causa de libertação dos escravos.
O tigre da abolição foi entusiasticamente aplaudido pelos abolicionistas paraibanos  em 1883, ano em que o vice-presidente Antônio Alfredo da Gama e Melo, que era um abolicionista sincero, assumiu o governo da província.
Era maçom também o poeta dos escravos, Castro Alves, que  pertencia à mesma Loja Maçônica de Rui Barbosa, a Loja América.
E foi do maçom Rui Barbosa a iniciativa do decreto que obrigou todos os maçons brasileiros que porventura tivessem escravos a libertá-los imediatamente. Isso, três anos antes da lei que libertou os nascituros.
A LOJA MAÇÔNICA SEGREDO E LEALDADE, criada em 1873, em Campina Grande, marcou o primeiro grande conflito da Igreja Católica com a Maçonaria na  Paraíba.
Em virtude da chamada Questão Religiosa e da prisão de D. Vital, bispo de Olinda,  o vigário de Campina Grande, padre Calixto da Nóbrega declarou guerra à Maçonaria na Serra da Borborema.
Para reforçar ainda mais o combate, chamou em seu auxílio o padre Ibiapina, missionário de grande força no seio do povo nordestino..
Eles instigaram, de tal forma, o povo de Campina Grande, contra a Maçonaria, que os maçons esperavam, de uma hora para outra, uma explosão de fanatismo exacerbado.
E isso não demorou.
J. Leite Sobrinho, pesquisador da história maçônica paraibana, escreveu uma página relatando o desfecho dessa luta.
Em 1875 surgiu uma nova Loja Maçônica em Campina Grande, a LOJA MAÇÔNICA VIGILÂNCIA E SEGREDO, e, logo em seguida, uma outra, a LOJA MAÇÔNICA RENASCENÇA.
Era um desafio: mais duas Lojas Maçônicas em Campina Grande?
Chegou outro missionário à cidade, o Frei Herculano e, ao realizar uma Santa Missão, arrastou o povo às ruas, instigou,  invadiu e destruiu a LOJA MAÇÔNICA RENASCENÇA! Isto no centro da cidade de Campina Grande.
Em 12 de fevereiro de 1877 – ano da mais terrível seca      que o Nordeste conheceu até então – foi fundada, nesta capital, ali no Varadouro, a LOJA MAÇÔNICA CONSTÂNCIA E LEALDADE, e em 1882, a LOJA MAÇÔNICA LEALDADE E PERSEVERANÇA.
Todas essas Lojas Maçônicas, porém, cerraram suas portas e os seus arquivos se perderam no tempo.

5.   5.     A PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA

Alguns maçons paraibanos se projetaram no movimento da Proclamação da República. Foi o caso do maçom Aristides Lobo, grande propagandista dos ideais republicanos, e do maçom senador Coelho Lisboa.
A projeção desses dois propagandistas da República deveu-se, porém, à sua atuação no plano nacional. No plano estadual, não há notícia de atuação expressiva da Maçonaria em favor da Proclamação da República.
Vale observar que o marechal Deodoro da Fonseca, proclamador da República, era Grão Mestre da Maçonaria, como era também maçom Floriano Peixoto, que o sucedeu na presidência da República.

5. A MAIS ANTIGA LOJA MAÇÔNICA PARAIBANA EM FUNCIONAMENTO

Em 1898,  era a Paraíba governada pelo  presidente Antônio Alfredo da Gama e Melo, quando foi fundada a LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE, que é a mais antiga Loja Maçônica da Paraíba em funcionamento.
Ela foi fundada no dia 16 de outubro de 1898 e no ano passado comemorou o seu primeiro Centenário de existência ininterrupta.
Era um ano terrível de seca, que José Américo de Almeida  assim descreveu em A Bagaceira:

“Era o êxodo da seca de 1898. Uma ressurreição de cemitérios antigos – esqueletos redivivos, com o aspecto terroso e o fedor das coisas podres. Os fantasmas estropiados como que iam dançando, de tão trôpegos e trêmulos, num passo arrastado de quem leva as pernas, em vez de ser levado por elas.
Andavam devagar, olhando para trás, como quem quer voltar. Não tinham pressa em chegar, porque não sabiam aonde iam.”

A capital paraibana encheu-se de retirantes e flagelados.
Os maçons se reuniram, fundaram a LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE e realizaram uma campanha angariando recursos – roupas usadas e gêneros alimentícios – para assistirem as  vítimas do flagelo.
Muitos desses retirantes ficaram na capital, mesmo quando a seca terminou. Viam-se pelas ruas velhos flagelados que não tinham mais força para voltar para o sertão e retomar a luta do campo.
Rebentou novo ciclo de seca em 1912 e o Venerável Mestre da LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE, Joaquim Manoel Carneiro da Cunha, decidiu fundar e fundou um Asilo para Velhos, o Asilo de Mendicidade que depois tomou o seu nome, Asilo de Mendicidade Carneiro da Cunha, instituição que ainda hoje resiste ao tempo e é um patrimônio da Paraíba, agora com o nome da Lar da Providência.
Em 1900 surgiu a Loja Maçônica CARIDADE E SEGREDO, em Itabaiana.
Em 1903, a LOJA MAÇÔNICA UNIÃO CATOLEENSE, em Catolé do Rocha.
Em 1911, na capital, foi criada a LOJA MAÇÔNICA SETE DE SETEMBRO.
A LOJA MAÇÔNICA BRANCA DIAS veio em 1918. E a REGENERAÇÃO CAMPINENSE, em 1923. Em 1927, a PADRE AZEVEDO.

6. SEPARAÇÃO DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL E FUNDAÇÃO DA GRANDE LOJA DO ESTADO DA PARAÍBA.

Até então as Lojas Maçônicas da Paraíba eram vinculadas ao GRANDE ORIENTE DO BRASIL,  fundado no Rio de Janeiro em 17 de junho de 1822.
Mas, em 24 de agosto de 1927, juntaram-se as Lojas Maçônicas BRANCA DIAS, fundada em 10 de janeiro de 1918, PADRE AZEVEDO, fundada em 24 de julho de 1927, e a REGENERAÇÃO CAMPINENSE, fundada em 19 de agosto de 1924, e decidiram separar-se daquela Potência Maçônica, fundando uma outra potência, a GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA PARAIBA, que hoje conta com quase 40  Lojas Maçônicas espalhadas pelo território paraibano.
Seu atual dirigente é o Sereníssimo Grão Mestre  Edgard Bartolini, convidado para ser o nosso debatedor de hoje.
Temos hoje na Paraíba três Potências Maçônicas: o GRANDE ORIENTE ESTADUAL DA PARAIBA, a GRANDE LOJA  DO ESTADO DA PARAIBA e o GRANDE ORIENTE DA PARAIBA, às quais estão jurisdicionadas as dezenas e dezenas de Lojas Maçônicas dos municípios paraibanos.

7. ACADEMIA PARAIBANA MAÇÔNICA DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS

No dia 2 de maio de 1998 foi instalada a ACADEMIA PARAIBANA MAÇÔNICA DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS, sob a direção do Mestre Maçom João Ribeiro Damasceno  e como secretário o orador que vos fala.
A solenidade foi prestigiada pela presença de delegações da ACADEMIA PARANAENSE MAÇÔNICA DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS e da ACADEMIA MAÇÔNICA DE LETRAS, CIÊNCIAS E ARTES DO NORDESTE DO BRASIL bem como de delegações de Maçons de Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Rio Grande do Norte.


8. A MAÇONARIA DA PARAIBA NOS TEMPOS ATUAIS

Com esse passado de preocupação com o aperfeiçoamento do processo político-social  brasileiro, a Maçonaria, certamente, teria de procurar contribuir para a volta do País ao estado de direito, depois da Revolução de 1964.
Neste ponto, a Maçonaria da Paraíba contou com uma voz de expressão no Congresso Nacional, a do nosso irmão maçom senador Humberto Lucena, membro da LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE, jurisdicionada à GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA PARAIBA.
Esse ilustre Maçom paraibano colocou-se, desde a primeira hora, contra os atos discricionários da Revolução de 1964. Batalhou, sem desfalecimento, pelo processo de abertura política e participou, na linha de frente, ao lado de Ulysses Guimarães, da Campanha das Diretas-Já, que teve à sua frente o PMDB, partido a que pertencia, do mesmo modo que foi também um soldado da linha de frente na eleição do presidente Tancredo Neves, eleito pelo Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985, última eleição indireta que, em verdade, marcaria o fim do regime militar.
Outra grande preocupação da Maçonaria da Paraíba na atualidade  é com relação à generalizada corrupção na política e na administração do País. Inúmeros Manifestos têm sido dirigidos ao Presidente da República pela Maçonaria da Paraíba neste sentido.
Nesses documentos, a Maçonaria da Paraíba insiste para que o Presidente da República exerça a plenitude da sua autoridade e da sua força para dar um basta a essa vergonha nacional.
A Maçonaria da Paraíba vem condenando igualmente o abuso do poder econômico no processo político-eleitoral.
Isso tudo, naturalmente, em função da conjuntura em que vivemos, porquanto o seu escopo maior é o aprimoramento de todas as potencialidades da Família Humana Universal.

9. OUTROS MAÇONS PARAIBANOS DE PROJEÇÃO EM NOSSA
VIDA PÚBLICA

Daremos apenas alguns exemplos, a vôo de pássaro:

O maçom JOÃO RODRIGUES CORIOLANO DE MEDEIROS foi um dos fundadores deste Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, em 7 de setembro de 1905, e é, ainda hoje, sem dúvida, uma legenda de glória da Paraíba, como educador e como historiador. É um dos grandes Beneméritos da Maçonaria da Paraíba. Pertencia ele à LOJA MAÇÔNICA PADRE AZEVEDO, da qual foi Venerável Mestre em 1935.
O maçom CLAUDIO OSCAR SOARES foi o fundador,  em 7 de maio de 1908, do jornal O NORTE, ainda hoje baluarte da imprensa da Paraíba.
OSCAR SOARES era membro da LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE, da qual foi Venerável Mestre e grande benfeitor. Esses dois últimos também pertencentes ao Instituto Histórico.
O maçom GUILHERME GOMES DA SILVEIRA, que também pertencia à LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE, da qual foi Venerável Mestre, foi um dos mais brilhantes advogados da Paraíba e do Estado do Pará.
Outro notável paraibano foi o maçom MANOEL VELOSO BORGES, que pertencia à LOJA MAÇÔNICA BRANCA DIAS, da qual foi Venerável Mestre de 1923 a 1924, tendo sido também Sereníssimo Grão Mestre da GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA PARAIBA de 1922 a 1928.
Formado pela famosa Escola de Medicina da Bahia, depois de exercer a medicina em vários Estados, na Bahia, no Acre, no Amazonas, no Pará, voltou para sua terra natal e fundou aqui a SOCIEDADE DE MEDICINA E CIRURGIA DA PARAIBA, em 3 de maio de 1924, sendo o seu primeiro presidente.
      Em sociedade com seu irmão, VIRGÍNIO VELOSO BORGES, foi um dos fundadores da Fábrica de Tecidos Tibirí, em Santa Rita.
Foi Deputado Estadual, Deputado Federal e Senador pela Paraíba. Seu irmão VIRGÍNIO VELOSO BORGES também foi Senador pela Paraíba.
Ainda com aquele seu irmão, comprou a Fábrica de Tecidos Deodoro, do Rio de Janeiro e chegou a dirigir o Sindicato das Indústrias de Tecelagem do  Estado do Rio.
Ele e o dr. VIRGÍNIO VELOSO BORGES construíram uma ala do Hospital Santa Isabel. Foi um dos fundadores da Casa da Paraíba, no Rio de Janeiro, e membro do Conselho do Comércio e Indústria do Brasil no Exterior, indicado pela Confederação Nacional das Indústrias.
Foi maçom o Senador Coelho Lisboa; foi maçom o Senador José Gaudêncio de Queiroz; foi maçom o Senador Humberto Lucena. A Maçonaria da Paraíba sempre figurou nas duas Casas do Congresso Nacional, e ainda agora, até bem poucos dias, lá estava o nosso Irmão maçom JOSÉ LUIZ CLEROT, da LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE, como um dos mais atuantes deputados federais do nosso Estado.
A Maçonaria da Paraíba tem oferecido numerosos valores à Magistratura Paraibana. Juizes, Promotores, Procuradores, Desembargadores, Advogados e  Presidentes da Ordem dos Advogados, Professores de Direito, seria extensa a relação para citá-los um a um.
O nosso Irmão maçom  MAURÍCIO FURTADO, pai do grande paraibano e brasileiro CELSO FURTADO, foi Procurador Geral do Estado, Desembargador, Presidente do Tribunal Regional Eleitoral, membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, membro da Academia Paraibana de Letras e Venerável Mestre da LOJA MAÇÔNICA REGENERAÇÃO DO NORTE.
Outro grande maçom paraibano, JOSÉ AUGUSTO ROMERO, foi, ao mesmo tempo, Dirigente da Augusta Ordem no Estado, como Grão Mestre da GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DA PARAIBA, e dirigente do Movimento Espírita no Estado, como Presidente da FEDERAÇÃO ESPÍRITA PARAIBANA.

11 – O VELHO CONFLITO IGREJA CATÓLICA-MAÇONARIA

Chegam ao fim, neste fim de milênio, os entrechoques entre a Igreja Católica e a Maçonaria.
O I CONGRESSO MAÇÔNICO DO ESTADO DA PARAIBA, realizado nesta capital em  1993, incluiu, no temário de suas preocupações, o restabelecimento das boas relações com a Igreja Católica.
Neste sentido, um dos seus convidados de honra, foi o Padre Valério Alberton.
D. José Maria Pires, nosso Arcebispo, foi também convidado para o Congresso. O Arcebispo  da Paraíba não foi, mas autorizou a ida do Padre Valério Alberton.
O Padre Valério Alberton  vem defendendo em todo o Brasil o restabelecimento das boas relações entre a Igreja Católica e a Maçonaria, já tendo publicado livros na defesa de suas idéias.
Neste resumo dou uma idéia do que tem sido a Ordem Maçônica no Estado da Paraíba.
Muito obrigado.
     

Bibliografia consultada:

ASLAN, Nicola. HISTÓRIA GERAL DA MAÇONARIA, Editora Aurora, 1979.
ALBUQUERQUE, A. Tenório d’ – A MAÇONARIA E A LIBERTAÇÃO DOS ESCRAVOS , Editora Aurora, 1970.
LEAL, José – INTINERÁRIO DA HISTÓRIA, Gráfica Comercial Ltda, 1965.
OCTÁVIO, José – HISTÓRIA DA PARAIBA, Ed. Universitária, UFPB, 1997.
PINTO, Irineu Ferreira – DATAS  E NOTAS PARA A HISTÓRIA DA PARAIBA,
                Ed.  Universitária, UFPB, 1977.
NÓBREGA, Trajano Pires – A FAMÍLIA NÓBREGA, Instituto Genealógico     
                Brasileiro, 1956.
ARAUJO, Fátima – PARAIBA: IMPRENSA E VIDA, Grafset, 1986.
GRANDE LOJA DA PARAIBA – RESENHA HISTÓRICA, 1938.
FEITOSA, Lavoisier – MANOEL VELOSO BORGES, A UNIÃO EDITORA, 1982.
LEITÃO, Deusdedit – HISTÓRIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DA PARAIBA, A UNIÃO EDITORA, 1988.
SOBRINHO, J. Leite – PRIMÓRDIOS DA MAÇONARIA PARAIBANA, Revista BRANCA DIAS MAGAZINE, janeiro de 1989.
Revista do Instituto Arqueológico Pernambucano, XIX, 1917.
TOLLENARE, L.F., NOTES DONINICALES PRISES PENDANT UN VOYAGE EN PORTUGAL ET AU BRÉSIL EN 1816, 1817 ET 1818.


A fala do Presidente:

Tivemos uma visão global da Maçonaria na Paraíba e no Brasil, mostrando a influência da instituição e dos seus membros na História da Paraíba. O levantamento feito pelo nosso consócio Hélio Zenaide nos traz muita luz. Estou certo de que a metade dos presentes não tinha a menor idéia da influência do movimento maçônico na Paraíba. Eu mesmo era um deles, sem razão porque meu pai era maçom, pertencente à Loja Branca Dias.
A importância da instituição pode-se medir até pela participação de figuras ilustres da nossa vida política, intelectual e social, como se depreende da breve listagem apresentada pelo expositor.
Como debatedor, teremos o Grão Mestre Edgard Bartolini Filho, que por sinal é neto do primeiro Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba e ele próprio é seu atual Grão Mestre. Bartolini é formado em Ciências Jurídicas e Sociais, com grande atuação na nossa Universidade Federal, onde ocupou vários cargos de relevo. É atuante dirigente da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção da Paraíba.
Passaremos, a seguir, a palavra ao nosso debatedor, professor Edgard Bartolini Filho.

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Debatedor: Edgard Bartolini Filho: (Professor universitário, Secretário da Ordem dos Advogados do Brasil/Paraíba e Grão Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba)

Quero inicialmente parabenizar a iniciativa do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano promovendo este Ciclo de Debates alusivo aos 500 anos do descobrimento da nossa pátria.
Essa série de debates é bastante importante, principalmente para o país e numa região que não é muita afeita à memória do seu povo e das suas instituições. É lugar comum se dizer neste país que o Brasil é um país sem memória, e, até certo ponto, o é.
Recentemente estive no Rio de Janeiro participando da Conferência Nacional dos Advogados e tivemos uma solenidade no Museu Histórico, onde houve coquetel com a presença de autoridades, e começamos a discutir sobre alguns quadros ali expostos, inclusive alguns de Pedro Américo, e conversa vai, conversa vem, falou-se sobre João Pessoa. A grande maioria dos nossos colegas advogados, alguns juristas renomados, pouco ou quase nada sabiam sobre a nossa história. Um deles ficou até admirado quando eu disse que João Pessoa já nasceu cidade. E ele não imaginava que nossa Felipéia de Nossa Senhora das Neves já nascera cidade. Quando a gente leva algumas pessoas para conhecerem a cidade elas ficam admiradas quando descobrem que Felipéia de Nossa Senhora das Neves foi fundada em 1585. Acham que nós somos muito mais novos. Nem conhecem nem se preocupam em conhecer a nossa história. Aliás, tirando as diferenças regionais, eles se preocupam, sim, mas em denegrir.
Com relação ao meu papel de debatedor vou declinar, porque a palestra do nosso Irmão Hélio Zenaide, historiador, jornalista, e hoje o principal historiador da Maçonaria paraibana, é irretocável. Caberá aqui apenas uma ou outra complementação ou um enfoque um pouco mais longe sobre o que seja esta instituição maçônica num passado mais longe, num passado mais recente e na modernidade.
Felizmente a Maçonaria não é mais uma instituição secreta naquele aspecto que muitos pensam que ela ainda o é. A Maçonaria era tão secreta há pouco tempo atrás que o maçom entrava na Ordem e muitas vezes a sua família não sabia que ele a vida inteira pertenceu e trabalhou pela Maçonaria, justamente evitando essas perseguições. Perseguições religiosas, intolerância religiosa, perseguições políticas e até perseguições familiares. Porque se às vezes um rapaz gostava de uma moça da sociedade altamente fechada e se o pai da moça, descobrisse que ele era maçom, era um Deus nos acuda. Essa condição era para ele quase que uma defesa, o que fazia da Maçonaria uma sociedade não secreta como para aqueles que a desconheciam como uma instituição que fosse ligada ao banditismo, a esses grandes movimentos de criminalidade, como a máfia, cosa nostra, e por aí vai.
Muita gente estranha porque existe uma diferença, na Maçonaria, de pensamentos, mas essa diferença é fácil de explicar.
Nós somos herdeiros daquilo que chamamos a Ordem dos Templários, não diretamente da Ordem dos Templários em si, mas do pensamento filosófico e científico que ficou dela, dos construtores das catedrais. Daí também sermos conhecidos por “pedreiros livres”, que é o que significa a palavra maçon, em francês, idioma corrente à época. Terminada esta fase, apareceu na nobreza européia uma divisão que até hoje ainda existe. Não pense que está adormecido. É justamente a guerra das Duas Rosas., que dividiu a Inglaterra da França. Depois disso tivemos aquele movimento belíssimo chamado de Renascimento, onde as ciências, as artes tiveram mais liberdade. Para chegar aí precisou de um grupo de pessoas de influência para que esses movimentos pudessem alcançar o êxito que todos nós conhecemos, e que inegavelmente mudou a história da humanidade.
Depois desse movimento renascentista vieram os movimentos da Reforma, onde o homem pôde agir com mais liberdade seus ideais religiosos e seus ideais científico-tecnológicos. A partir da Reforma o mundo não foi mais o mesmo, também como conseqüência da Revolução Francesa. Antes da Revolução Francesa temos, no início do século XVII, os primeiros movimentos responsáveis pela independência dos Estados Unidos.
Pois bem, por conta da guerra das Duas Rosas a filosofia inglesa, centralizada na nobreza, era uma filosofia mais presa, enquanto que a sociedade americana foi se libertando e criando uma nova maneira de pensar, influindo na França, resultando na sua grande revolução.
A partir daí tivemos, também, uma divisão na ordem maçônica, que já estava em plena efervescência. Nossa primeira Constituição era conhecida como Constituição de Anderson, que foi promulgada nos Estados Unidos, no ano de 1718, quase 70 anos antes da Revolução Francesa. A sociedade colonialista da época estava tão ávida por liberdade que se apegou a esse ideário, aliando-se ao pensamento da Maçonaria que surgiu nos Estados Unidos. Esse país conseguiu incutir na cabeça de brasileiros esse ideário.
A vinda de D. João VI para o Brasil facilitou a propagação da maçonaria em nosso país, porque ele trouxe em sua comitiva mações portugueses que tinham esse idealismo de verdade, igualdade e fraternidade.
Assim foi criada, no Rio de Janeiro, a Loja Comércio e Artes, que foi oficialmente a primeira loja maçônica brasileira. Oficialmente, é preciso repetir, a Maçonaria brasileira começou aí. Daí muitos não reconhecerem o Areópago de Itambé como loja maçônica. E por que não se reconhece? Quem é que iria imaginar, naquele tempo, uma loja maçônica que ficava no interior de Pernambuco, no sítio Oratório, a 80 quilômetros do Recife. Lógico, que nunca. Hoje nós temos esse ranço sobre nossa própria história, quanto mais naquele tempo.
Por outro lado, por mais paradoxal que seja, vocês percebem pela exposição do nosso palestrante, que aqui e acolá ele fala padre tal era maçom, padre qual era maçom. E vai aqui um registro: todos os padres que tiveram influência na história do Brasil, no governo, direta ou indiretamente, todos eles eram maçons. Não teve um que deixasse de ser maçom.
Aí surge a pergunta: e a questão religiosa? É outra história, porque eles eram maçons, mas naquela condição que existia anteriormente, que ninguém sabia que ela existia.
Depois da Revolução de 1817, onde Frei Caneca pregou a Confederação do Equador, e foi punido por isso, foi aí que começou de forma mais latente a efervescência da Maçonaria na nossa região. Surgiram então as lojas mencionadas pelo expositor Hélio Zenaide, as quais tiveram vida efêmera pela perseguição decorrente da questão religiosa (1971, se não me engano). Pode-se ver que na realidade ninguém sabia onde funcionavam essas lojas; sabia-se a sua existência, não sua localização.
Voltando à questão da separação da maçonaria francesa da maçonaria inglesa. Com o advento da República a Maçonaria pôde mostrar seu rosto, que era maçom, o que ela fazia, mas a intolerância religiosa continuou. Não obstante, houve uma ruptura mundial entre aquelas maçonarias. Daí, em 1927, alguns mações vinculados a essas lojas, como disse Hélio Zenaide, Branca Dias, Regeneração Campinense, Padre Azevedo, não satisfeitas com a orientação francesa (que eram monarquistas e não republicanas) preferiram dar ênfase a esta segunda e apoiar a política do Brasil, que era uma política de consolidação da República. É verdade que era uma democracia meio capenga, onde a mulher ainda não votava, o voto não era aberto e só quem votava eram certas classes sociais.
Dentro desse ideário, três lojas se reuniram na noite memorável de 24 de agosto de 1927 e resolveram fundar a Grande Loja, vinculada a essa nova ordem, essa nova política, esse novo ideário republicano. E essas lojas, a Branca Dias nº 1, a Regeneração Campinense, nº 2 e a Loja Padre Azevedo, nº 3. As demais continuaram no Grande Oriente, mas com o passar dos anos foram se chegando, de forma que, hoje, 40 pertencem à Grande Loja.
Naquela data participaram da reunião de fundação pela Loja Branca Dias Alfredo Augusto Ferreira da Silva, Carlos Werts, Sidrônio Mororó, Helmenegildo Di Lascio, José Francisco de Moura e Silva, José Teixeira Bastos, Maurício de Medeiros Furtado, Pedro Baptista Guedes e Roberto Volgrand Kelly; pela Loja Regeneração Campinense, compareceram Antiquilino Dantas, Antônio Farias Pimentel, Generino Maciel, José Jorinho Itamar, João Soares, José Pinto, Martiniano Lins, Severino Alves e Severino Cruz; pela Loja Padre Azevedo, compareceram Aristides de Azevedo Cunha, Gustavo Fernandes de Lima, Siqueira Costa, João Cândido Duarte, João Pinheiro de Carvalho, João Rodrigues Coriolano de Medeiros, José Calixto da Nóbrega, José Pereira da Silva, Virgílio de Barros Correia.
Na mesma noite foi eleita a primeira diretoria. Aí aconteceu um fato inusitado. Quem presidiu a sessão foi o maçom Augusto Simões, meu avô. Ele era o maçom mais graduado na Paraíba e era o único maçom grau 33, naquela época. Acho necessário dar uma explicação mais ritualística. Quando se é do Grande Oriente do Brasil  nossa ritualística leva do grau 1 ao 33 e na ritualística das Grandes Lojas há uma separação. As Grandes Lojas cuidam apenas do grau, 1, grau 2 e grau 3, que são os graus básicos da Maçonaria, e são os mais importantes. É como se fosse um curso de graduação. Os graus superiores, que começam pelos graus filosóficos, além de serem optativos dependem do irmão e do Supremo Conselho existente no Rio de Janeiro, que é quem dá a aprovação. As Grandes Lojas administram apenas os graus 1, 2 e 3.
Quando foram fundadas essas Grandes Lojas em 1927, elas não foram fundadas em todos os Estados; apenas cinco Estados se predispuseram a fazer as suas Grandes Lojas. Foram Paraíba, Bahia, São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. E o mapa do Brasil foi dividido de acordo com a fundação dessas Grandes Lojas. De modo, na realidade, a Grande Loja da Paraíba é a Grande Loja mãe da loja do Ceará (que veio logo depois, em 1928), de Pernambuco (1943) e Rio Grande do Norte (1974).
Foi eleito como Grão Mestre o irmão Augusto Simões. Mas como ele já exercia a representatividade do filosofismo, ele não quis ficar com as duas coisas e imediatamente propôs que fosse eleito como primeiro Grão Mestre o irmão Manoel Veloso Borges, o qual foi eleito por aclamação e para Grão Mestre Adjunto, o irmão João Arlindo Correia.
Com a renúncia de Augusto Simões, foi-lhe dado o título Grão Mestre ad vitam, motivo pelo qual toda vez que havia um interregno entre um Grão Mestre e outro, ou um atraso de eleição, ele sempre aparecia como Grão Mestre.
De 1927 para cá a Grande Loja teve os seguintes Grãos Mestres: 1927 – Augusto Simões; 1928 – Manoel Veloso Borges; de 28 a 1937 – João Arlindo Correia; de 37 a 1944 – Otávio Celso Novais; de 45 a 1948 – Abelardo de Oliveira Lobo; de 48 a 1954 – João Tavares de Mello Cavalcanti; de 54 a 1961 – João Arlindo Correia, novamente; de 61 a 1963; Abel Montenegro Rocha; de 63 a 1964 – Olegário Lins e Silva; em 64, José Lopes da Silva, foi interino; de 64 a 1970 – Pedro Aragão; de 70 a 79 – Francisco Edward Aguiar; de 79 a 81 – Francisco Mariano; de 81 a 1988 – Arlindo Bonifácio; de 88 a  1994 – Romildo Lins de Toledo; de 95 a 97 – Edilaudo Nunes de Carvalho; 1998 – Romildo Lins de Toledo, que faleceu após quatro meses de grão-mestrado; de 1998 até 31.12.2000, sou eu que estou exercendo o grão-mestrado.
Hoje não somos mais uma sociedade secreta, e não podemos ser porque respeitamos as leis do país e a elas estamos sujeitos. A sociedade hoje tem uma visão clara do que a Maçonaria faz, não nos seus templos, pois ainda é uma tradição.
Há uma pergunta que existe sempre entre os que não são mações. A pergunta é a seguinte: por que não tem mulher na maçonaria? Não tem por culpa nossa, porque sabemos que o mundo já mudou, e a mulher hoje desfruta um espaço que ocupa brilhantemente. A Maçonaria como um órgão universal tem um relacionamento exterior semelhante ao nosso relacionamento diplomático. Se colocarmos a mulher na Maçonaria, sem uma aprovação mundial, estaremos sujeitos a perder o nosso reconhecimento. Para sermos criados temos cartas constitutivas, que são dadas por entidades superiores. A nossa confederação tem sua carta constitutiva dada pela Confederação Interamericana, que por sua vez tem sua carta constitutiva dada pela Grande Loja da França, uma das mais tradicionais que existem. Se esses dogmas não forem modificados, nós não podemos modificá-los e ficarmos isolados e considerados uma potência espúria.
Gostarei de dar um depoimento pessoal sobre essa matéria, porque eu defendo a participação da mulher na Maçonaria.
Os ensinamentos maçônicos que tenho hoje devo à minha mãe Luzia Simões Bertoline, como devo também a parte dos ensinamentos musicais. E minha mãe foi a herdeira do pensamento de Augusto Simões, seu pai. Tinha quatro filhos mações e depois da morte de Augusto os filhos homens se separaram da Maçonaria; minha mãe, nunca. Ela continuou me passando todos os ensinamentos que ela conhecia. Conhecia pela vivência, não pelos livros, que eram altamente fechados, hoje são mais abertos. Inclusive ela foi perseguida pela Igreja pelo fato de ter sido filha do Grão Mestre. Porque a Loja Branca Dias teve a audácia de quando construiu aquele templo da avenida General Osório, o fez de maneira aberta e não mais escondida. Foi a primeira loja que trabalhou de porta aberta ao público. O público vendo quem entrava e quem saía, quem era e quem não era maçom. Foi esse o grande desafio que Augusto Simões e esses irmãos que mencionei tiveram. Imagine naquela época uma loja maçônica funcionando ma mesma rua da Catedral Metropolitana e do Convento de São Bento, de maneira aberta. Meu avô morreu em 1944 e no final do ano minha mãe foi casar-se e teve seu casamento negado pelo Bispo D. Adauto. Vejam só o paradoxo. Ela foi proibida de casar na igreja, mas era professora do Colégio Nossa Senhora das Neves e auxiliar do professor Gazzi de Sá no Seminário Diocesano da Paraíba. Não podia casar-se na igreja, mas podia ensinar dentro de colégios católicos. Ela só se casou na igreja em 1953, quando o Bispo era D. Moisés Coelho, que recebeu uma comitiva das freiras do Colégio Nossa Senhora das Neves que lhe foi fazer um apelo. E eu com cinco anos assisti ao casamento de minha mãe.
Com esse retrospecto penso ter complementado a brilhante exposição do irmão Hélio Zenaide.

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A fala do Presidente:

O Grão Mestre Edgard Bartoline Filho, nosso debatedor designado, complementou com brilhantismo a palestra do nosso consócio Hélio Zenaide. Seu pronunciamento dá uma visão global da história da Maçonaria no mundo e no Brasil, detalhando aspectos pouco conhecidos de nós não mações.
Sua origem, sua implantação no Brasil, sua filosofia e forma de funcionamento ficaram à mostra para nosso conhecimento. As transformações, suas mudanças foram aqui dissecadas.
Detalhes da Maçonaria paraibana, com os vultos que a sustentaram e sustentam, foram registrados. Sem sua participação neste Ciclo de Debates esse tema ficaria menos enriquecido, não obstante a excelência da palestra do consócio Hélio Zenaide.
Agora passaremos ao debate com a participação do plenário, e eu passo a palavra ao primeiro debatedor inscrito, que o confrade Guilherme d’Avila Lins.

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1º participante:

Guilherme d’Avila Lins:

Tenho que elogiar a beleza de trabalhos apresentados pelo expositor e debatedor desse tema, mas farei a seguinte indagação: Qual a é verdadeira relação que existe, de afinidade ou de distanciamento, de diferenças ou de aproximação entre a Maçonaria e a antiga e mística Ordem Rosa Cruz?
Ouço dizer que existe uma relação apenas de certo nível, na parte esotérica, mas tudo isso é de ouvi dizer.
Outra pergunta quem faz é o meu eu pesquisador de história. Todos nós sabemos a importância, a influência que, ao longo do tempo, teve a Maçonaria no processo social, político e histórico do mundo inteiro, e deste país. Imagino, como pesquisador, que todo essa cadinho de discussão como lidar com o processo social de cada momento histórico, imagino que atas, registros, documentos devem ter sido feitos. Nesse sentido, imagino que o arquivo histórico da Maçonaria é um arquivo fabuloso.
Em 1932 o papa negro – o padre geral da Companhia de Jesus – abriu para os seus os arquivos secretos da Companhia de Jesus. O Vaticano está abrindo também seus documentos, gradativamente. O Mosteiro de São Bento de Olinda também está abrindo. O SNI abriu. Então, pergunto: seria possível, do ponto de vista histórico, abrir este acervo que imagino deva existir na Maçonaria, e que é de fundamental importância  para qualquer historiador?

Hélio Nóbrega Zenaide, respondendo:

Quanto aos arquivos, não sei dizer que orientação a Maçonaria poderá tomar. Mas, nos últimos meses do ano passado tive a oportunidade de compulsar todas as atas da minha Loja, que tem mais de cem anos. Li da primeira à última ata. Minha dificuldade foi identificar as palavras por causa da caligrafia da época. Mas na Loja Regeneração do Norte temos todas as atas com todos os pronunciamentos. Temos o discurso do nosso fundador Coriolano de Medeiros na Maçonaria. Não sei se esses livros vão ter acesso à pesquisa de modo geral. Temos o Livro de Ouro da fundação da Loja, com a assinatura de todos os membros presentes à fundação da Loja, há mais de cem anos. Acho que o Grão Mestre Edgard Bartoline poderá acrescentar alguma coisa.

Edgard Bartoline, complementando:

Está aqui a ata da fundação da Grande Loja, de 1927. Está aberta a quem quiser compulsá-la. Com relação aos demais, infelizmente não posso adiantar nada porque esse grande acervo histórico está de posse do Grande Oriente do Brasil, que na realidade foi a primeira instituição maçônica como potência que abrigou os nossos mações do nosso país. Todos esses irmãos que foram citados por Hélio Zenaide e outros que não foram citados, como Tamandaré, padre Feijó, José Bonifácio de Andrade e Silva, Gonçalves Ledo, José Patrocínio, etc., todos eles pertenceram ao Grande Oriente do Brasil, nessa época histórica. Não respondo pelo Grande Oriente do Brasil, que tem seu Grão Mestre próprio, para dizer se essa documentação está aberta aos historiadores não mações. Para os mações tenho certeza que está. E se não estiver, tem que estar porque fatos de 50, de 100 anos, têm que ser levados em consideração. Temos de convir que os direitos autorais terminam com 50 anos.
Com relação à vinculação da Ordem Rosa Cruz com a Ordem Maçônica, posso dizer que são duas coisas totalmente diferentes. A Ordem Rosa Cruz é uma ordem própria, à qual não pertenço, mas o que li sobre ela é que ela tem base na estrutura do Egito antigo; é uma ordem totalmente mística; é mista; é muito bem dirigida. Recentemente sua Grã Mestra era uma mulher, o que constitui um exemplo para a Maçonaria. Não existe essa história de que mulher não sabe guardar segredo, pois a mulher sabe guardar mais segredo do que o homem. Existe o grau 18, do rito escocês antigo, que se chama grau dos Cavaleiros Rosacruzes. Mas Rosacruzes, por que? Não porque tem vinculação com a Ordem Rosa Cruz, Rosacruzes porque tem vinculação com as Cruzadas e este grau tem como seu patrono nosso Mestre maior, que foi Jesus Cristo. Daí também nossa crítica aos evangélicos e católicos que não conhecem que temos graus dedicados a Jesus Cristo. Jesus Cristo se referiu à Maçonaria em duas ocasiões especiais. O grau 18 é dedicado a Jesus Cristo; também a ele é dedicado, como filósofo, um grau superior, que é o grau 32, onde o colocamos juntamente com seu pensamento filosófico Sidarta Gautama, com Hermes Termogisto, com Zeus, que foi o deus central dos gregos,  com Brama e outros pensadores. São esses grandes filósofos e pensadores da humanidade que fazem com que a gente reverencie porque colocaram, muito antes da Maçonaria, o pensamento que nós temos hoje, que é o pensamento voltado para a Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

2º participante:

Manoel Silveira:

Em primeiro lugar, meus cumprimentos para a mesa que dirige os trabalhos, ao expositor, ao debatedor, ao presidente da mesa. Como leigo, totalmente leigo no que diz respeito à Maçonaria, o que me chamou a atenção no momento foram as palavras do Dr. Joacil Pereira, quando ele se referia a uma documentação enorme para o ingresso na Maçonaria. Então, a minha pergunta é sobre os critérios para o ingresso dos leigos na Maçonaria.

Edgard Bartoline:

Os princípios básicos: Ser um homem de bem e crer num ser superior. Mas, somos humanos, somos falhos, e por mais pesquisas que façamos estamos sujeitos a passar por algumas decepções. São coisas com que a gente se ressente. Tenho tido gratas experiências, mas também tive experiências muito tristes. Pois não temos condições de fazer um levantamento sobre a vida pregressa de uma pessoa em todas as circunstâncias. Muitas vezes se vê que é um bom pai de família, bom filho, cumpridor dos seus deveres e ingressa na Ordem, mas depois tomamos conhecimento que ele tem um caso com uma segunda família que ninguém sabia. Isso pode acontecer.

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A fala do Presidente:

Sentimo-nos satisfeitos com os debates sobre nosso tema de hoje. Tivemos uma exposição excelente feita pelo nosso companheiro Hélio Zenaide, que foi complementado pela valiosa contribuição do debatedor Edgard Bertoline Filho.
E para abrilhantar o debate houve alguns impertinentes, que cobraram dos expositores esclarecimentos seguros.
Joacil Pereira indagou logo porque não há mulher na Maçonaria. Apenas perguntou, não reclamou.
Na realidade, como explicou o Grão Mestre Bartoline, essas instituições têm um esquema hierárquico, superior. Se a cúpula não concorda com as mudanças, as Lojas que são dependentes não podem inovar. Eu tenho essa experiência no Rotary International, do qual sou participante desde 1948. O Rotary International foi fundado em 1905 admitindo somente homens. O Rotary abriga líderes das mais diversas atividades, mas a mulher não entrava.

Aparte dum participante:

No Lions só depois de 1887.

O Presidente, continuando sua fala:

Foi a mesma situação do Rotary International, que são instituições similares. Foram precisos mais de 80 anos para se admitir o ingresso da mulher. E hoje nós já temos governadoras de Distrito, Diretoras e algumas exercendo importantes funções nas Comissões Internacionais. As mudanças, nas instituições desse tipo, são muito vagarosas.
É, portanto, uma questão de tempo. A Ordem Maçônica é rígida, mas cedo ou tarde essa mudança se efetuará.
Nosso expositor, companheiro Hélio Zenaide, distribuirá com os presentes uma cópia sintética de sua exposição.