sexta-feira, 12 de julho de 2013

LIBERDADE...

Liberdade! O que é a Liberdade? Ela é sentimento comum a todos os homens? Tem a mesma dimensão em todas as culturas? E nas ditaduras, o que ela significa para os oprimidos que nunca a tiveram? Qual seria o seu valor para quem já a teve e a perdeu pelo jugo dos tiranos? A Liberdade é somente do corpo ou é também do espírito? Para que o Homem seja efetivamente livre é preciso que ele esteja liberto das amarras da servidão, seja física, política, religiosa, cultural ou da própria consciência? Ou a Liberdade é algo maior, que leva o Homem que a perdeu a lutar por ela e até a morrer para reconquistá-la?


      O homem livre é o que não deve satisfação a ninguém nem está sujeito a restrições da lei, ou é o que não está algemado, nem encarcerado, nem aterrorizado como o transgressor em face do iminente castigo? Ou ainda, é quando não está impedido de fazer aquilo que deseja porque não há lei que o constrange? Será que é livre o homem que não sofre coação, mas vive sem segurança e não consegue emprego para o seu sustento? Afinal, Liberdade é razão, inspiração ou direito, segundo o seu significado em filosofia, arte ou política. O amor a ela pode fazer os homens indomáveis e os povos invencíveis. Falando sobre a Liberdade política, o Presidente George Bush afirmou que o poderio da América está numa idéia vibrante, porém simples: Que o povo é capaz de grandes feitos quando se lhes dá liberdade.

      Entre nós, a doutrina que a Escola Superior de Guerra divulga afirma a condição de liberdade plena do homem, grandeza inerente à dimensão de seu espírito. Foi exatamente essa doutrina que impediu o Brasil de incorrer no grande equívoco marxista-leninista, dramático pesadelo do qual recentemente despertou o leste europeu aturdido e envergonhado. E a principal conclusão desse episódio turbulento é que não há força capaz de segurar a ânsia de liberdade individual do ser humano, nem de liberdade coletiva dos povos e nações.

       A resposta a essas indagações induz à busca do significado da palavra Liberdade, para então se estabelecer o seu verdadeiro conceito segundo os valores da cultura ocidental, e examinar alguns fenômenos relacionados com a capacidade dos homens de serem livres.

      Um deles traz a idéia de que a Liberdade é a soberania do homem sobre si mesmo, podendo agir livremente fazendo o que a lei não veda e a moral e os bons costumes não condenam, de modo a não ultrapassar a linha que divide esses direitos dos direitos de outrem. A cegueira dos radicais e dos fanáticos impede-os de conhecerem essas divisas.

      Castro Alves, ao cantar a Liberdade, disse que “A praça é do povo, como o céu é do condor”. E a ONU ao se referir à Liberdade na Declaração dos Direitos dos Povos, proclamou que “os povos não são propriedade de ninguém”. Assim, a Liberdade tal como é conhecida na América, é o consenso de um povo livre, manifestando-se livremente.

      Mas a liberdade não é só a do corpo, bem diferente da do espírito, pois só avaliamos a liberdade do corpo quando a perdemos; e a do espírito, somente quando a conquistamos.

      Enfim, a Liberdade parece ser um sentimento que não se sabe de onde veio nem como defini-lo, pois apenas pode ser demonstrado. Nesse plano de idéias, vale a observação de Victor Hugo, de que a Liberdade tem as suas raízes no coração do povo, como as tem a árvore no coração da terra; e como a árvore, estende os seus ramos pelo espaço, desenvolve-se sem cessar e cobre as gerações com a sua sombra benfazeja.

      Para alguns, a Liberdade consiste em se fazer apenas o que devemos e não, tudo o que queremos. Ela é como a saúde, que só quando nos falta é que lhe damos o justo valor. Outros acham que as grades de uma prisão constituem a linha divisória entre a liberdade e a servidão, pura e simplesmente, sem qualquer outra conotação. Mas há outros que mesmo sem liberdade aceitam as condições da sociedade em que vivem, pois não mais se incomodam com os guardas, se conformam com as restrições impostas e levam uma segura e até normal existência dentro das normas gerais de seu encarceramento.

      Sem dúvida que homens assim não adquirem a liberdade pelo simples livramento. Normalmente, fora da “prisão” se tornam desajustados porque perderam o referencial do regulamento prisional a cuja observância já estavam habituados.

      Daí, o entendimento de que não se liberta um escravo apenas com uma carta de alforria, porque acostumado a obedecer e a servir, ele agirá durante muitos anos ou talvez por toda a vida, como se ainda fosse escravo. É o caso dos cidadãos que nasceram e viveram sob o jugo dos seus tiranos governantes sem conhecer a Liberdade!

FRAGMENTOS DO TEXTO DO Ir.`. Juvenal Antunes Pereira

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